Quanto mais informação melhor?
A Invasão da Baía dos Porcos, que ocorreu em 1961, foi a tentativa de exilados cubanos de conquistar o sul de Cuba a fim de derrubar o governo socialista e assassinar o presidente Fidel Castro, o qual havia implementado esse sistema através da Revolução Cubana, em 1959. Os deportados obtiveram o apoio das forças armadas dos Estados Unidos. O New York Times estava ciente da invasão e pretendia denunciar o ataque em seu editorial, no entanto, foi persuadido pelo presidente Kennedy para que não o fizesse, alegando que seria melhor para a segurança nacional.
O fato de o jornal ter decidido não publicar a informação que possuía reflete o poder do Estado sobre os meios de comunicação, exercendo influência em silenciá-los quando for conveniente. O caso se torna ainda mais grave em um país onde a primeira emenda constitucional dá a garantia da liberdade de imprensa, como os Estados Unidos. A preferência por omitir informações de alta relevância para a sociedade deixa claro que os interesses corporativos das empresas jornalísticas passou a ser mais importante do que o verdadeiro papel da mídia: informar a população.
Atualmente, o poder econômico domina cada vez mais a mídia por ser responsável por controlar, comprar e concentrar os principais veículos de informação – e, estando este atrelado ao poder político, faz com que os meios de comunicação estabeleçam posições políticas, na maioria das vezes não declaradamente, por meio da seleção de notícias. Isso gera uma gama de equívocos nos receptores dos casos expostos por esses meios. Uma informação falsa ou a omissão de algum fato faz com que toda a opinião pública seja baseada em algo inexistente, incompleto.
A formação dos conceitos ideológicos está altamente ligada a mídia e ao seu poder de alcance na sociedade moderna. A televisão, por exemplo, atinge camadas de indivíduos aonde muitos outros veículos não conseguem chegar e por isso tem maior influência sobre as pessoas do que o jornal impresso, por exemplo. Com seu conteúdo mais simplificado e pendendo mais pro divertimento, a telecomunicação tem um grande poder de manipulação nas classes menos favorecidas e que acreditam que tudo o que se vê pode ser tido como a realidade.
A massificação da informação, ou seja, o bombardeio de notícias que a população recebe diariamente, ao invés de permitir maior visão e ponderação perante o grande número de fatos relatados, acaba por alienar as pessoas. É tanta informação sem que se apresente algum contexto para melhor entendimento das notícias, que o indivíduo acaba por ignorar, mesmo que inconscientemente, fatos que talvez seriam essenciais para a formação de sua opinião, por simplesmente não entender.